sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ainda uma certa confusão

Cenário: embora mínimas, algumas restrições aos tecnólogos prevalecem, mas, aos poucos, a mentalidade empresarial se transforma

Ainda há um certo preconceito rondando os cursos que formam tecnólogos. Angelo Luiz Cortelazzo, responsável pela Coordenadoria de Graduação do Centro Paula Souza, diz que as restrições têm diminuído, porém ainda existem. E credita as conclusões precipitadas à falta de conhecimento. Segundo ele, há confusão entre técnico e tecnológico. “O técnico corresponde ao ensino médio, faz parte da educação básica. O tecnólogico faz parte do ensino superior”, esclarece Cortelazzo, alertando para a existência de cursos sequenciais, que não são considerados de graduação.

Fernando Leme do Prado, presidente da Anet, observa que há restrições, ainda que mínimas, a tecnólogos, mas ressalta que a aceitação desses profissionais já é ampla. “Coisas novas levam um tempo para serem absorvidas, são vistas com incerteza, insegurança, desconfiança”, pondera.

A aceitação dos alunos formados em cursos tecnológicos foi tema de pesquisa coordenada em 2008 pelo professor e mestre em Administração Fabiano Caxito, cujos resultados foram apresentados em Guia de Cursos Tecnológicos 2009 – Do Ensino Médio à Pós-graduação em Apenas Três Anos! (Digerati Books). A partir dos dados coletados em empresas paulistanas, concluiu-se que o mercado não aceita completamente o tecnólogo como profissional de nível superior. “Essa não-aceitação parece estar ligada a um desconhecimento da estruturação e dos objetivos dos cursos tecnológicos. O grau de aceitação dos alunos entre as empresas nas quais os profissionais de RH demonstraram conhecer tais cursos é maior do que o encontrado entre as empresas que desconhecem os objetivos da graduação tecnológica”, escreve Caxito, que também é autor de Não Deixo a Vida me Levar, a Vida Levo eu! (Saraiva).

Os pesquisadores ainda constataram que a experiência profissional e os cursos de pós-graduação também têm influência sobre o grau de aceitação de tecnólogos. No estudo, a pós foi a variável que mais influenciou a contratação e aumentou o grau de aceitação em 47,6%.


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