sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Final de ano chegando

Todo final de ano fazemos um balanço de tudo o que nos aconteceu nos últimos doze meses. O que conquistamos e o que perdemos? O que foi planejado e o que foi inesperado? O que foi bom e o que foi ruim? Deixamos a vida nos levar ou construimos o que desejamos? Então, vamos fazer um pequeno balanço do que construímos juntos nesta no de 2009.

Você guardou sua lista de promessas que fez no início deste ano? Se lembra dela? Acompanhou o andamento de seus projetos ou abandonou a lista em uma gaveta qualquer já na primeira semana de janeiro? Procure-a! Encontrou? O que me diz? Conseguiu realizar suas promessas? Acelerou sua carreira em direção a seus sonhos? Ou deixou a vida te levar por mais um ano?

O final de ano é o momento de fazer a lista de promessas para o próximo ano. Estava fazendo a minha agora. Se ainda não começou, está na hora de começar a rabiscar a sua. Será que dessa vez realizaremos nossas promessas ou uma vez mais ela se transformará em apenas uma lista de sonhos não realizados?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ética e Carreira

Como posso manter uma postura ética? É possível ser bem sucedido sendo ético, em um mundo no qual a maioria das pessoas adota posturas antiéticas e imorais? Ética esta relacionada à minha marca pessoal, ou seja, ao nome e ao reconhecimento profissional que eu construo? Afinal de contas, o que é ética? É a mesma coisa que moral?

As palavras Moral e Ética expressam conceitos próximos, mas diferentes: Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade. Tem a ver com usos e costumes. Ética está relacionada ao conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros. Ética é a forma que o homem deve se comportar em sociedade. Ética é responsabilidade, é agir direito, sem prejudicar outras pessoas.

Era comum, há alguns anos, que as pessoas tivessem um só emprego durante toda a sua vida. Quem trocava constantemente de emprego era mal visto pelas empresas. Tinha a “carteira suja”, ou seja, existiam vários registros profissionais em sua carteira de trabalho, mostrando que era pouco comprometida com as empresas nas quais trabalhou. Hoje, é não só comum como até recomendável que o profissional tenha várias experiências profissionais.

Neste mercado em constante mutação, é importante que o profissional crie uma boa imagem em seu mercado, que sirva de referencial para as empresas que o contratarão. Ou seja, o profissional precisa basear sua atuação em diversos apoios:

Relacionamento = o profissional precisa construir uma rede de relacionamentos e contar com o apoio informal dos conhecidos e amigos;

Competência = o profissional precisa ter conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja, competências que sejam comercializáveis;

Diferenciação = O profissional precisa se destacar dos outros, precisa ser memorável, diferente;

Esta imagem tem por base a postura ética: não adiantar ser competente, diferenciado e ter bons relacionamentos se o profissional não se guia pelos padrões éticos, ou seja, em uma atuação profissional pautada pela responsabilidade, pela correção, sem prejudicar ou se aproveitar das outras pessoas em benefício próprio.

Profissionais que não constroem relações pautadas na ética podem até obter sucesso no curto prazo. É possível enganar as pessoas por pouco tempo. Mas no longo prazo, que é o espaço de tempo no qual uma carreira sólida se constrói, as pessoas perceberão a falta de ética e se afastarão deste profissional. E já discutimos nesta coluna que ninguém faz sucesso sozinho!

Quem decide seu futuro?

As competências são dons que recebemos ao nascer ou podemos desenvolvê-las com dedicação ou esforço? Alguém nasce líder ou por exemplo, vendedor?

Esta é a discussão que o filme Gattaca nos proporciona. No futuro, sua profissão será escolhida não por sua vontade ou por influência dos seus pais: seus genes é que decidirão se será operário, executivo, atleta ou cientista. Ethan Hawke interpreta Vincent Freeman,um jovem que tem um padrão genético imperfeito (é baixo, usa óculos, tem doenças genéticas) mas que alimenta o sonho de se tornar astronauta.

Dirigido por Andrew Niccol, Gattaca discute até que ponto nossa vontade e nossas decisões determinam nosso futuro. Freeman não aceita sua condição de inválido: por meio de várias cirurgias, assume a identidade de Jerome, interpretado por Jude Law, que tem genes perfeitos: alto, bonito, olhos claros, tornou-se um atleta, mas depois de um acidente, se entrega a bebida e a autodestruição.

A dedicação e comprometimento de Freeman (cujo sobrenome já indica sua índole: um homem livre) o levam até seu sonho: uma mega empresa que realiza vôos para a lua, emprego proibido para alguém com seus genes. Usa toda sua força e entusiasmo para superar suas limitações. Ao mesmo tempo, tem que esconder de todos que é um Inválido.

Já Jerome é a antítese de Freeman: mimado e egoísta, acha que o mundo é injusto por que não conseguiu realizar todo seu potencial. Põe a culpa nos outros pelos seus fracassos e erros.

O filme discute também o preconceito e os rótulos com os quais as empresas pré-julgam os possíveis candidatos. Não importa o conhecimento e a vontade de Freeman: ele simplesmente não pode concorrer a uma vaga pois pertence a uma “raça” inferior.

O filme mostra um futuro árido e uma sociedade dividida em castas. Mas se pensarmos bem, já não vivemos esta realidade hoje?

Bom filme!

Gattaca. Direção: Andrew Niccol. Estúdio Columbia, EUA/1997 .

Aprenda a Falar (bem!) em Público

Tive um excelente professor na minha graduação. Ele é um profissional como uma história profissional fantástica, atuou como executivo de um grande banco em vários países do mundo. Conhecia muito de finanças e era competentíssimo.

Porém, os alunos detestavam a sua aula. Por um simples motivo: poucos entendiam o que ele estava falando. Por que sua linguagem era cheia de termos técnicos, construções rebuscadas e citações que só uma pessoa com ampla cultura entenderia.

Este exemplo simples mostra como a capacidade de se comunicar é uma das competências mais importantes para o profissional.

Exatamente por isso, existem centenas de livros, palestras, cursos e workshops que abordam o tema. Não é objetivo dessa coluna ser mais uma a ensinar dicas e fórmulas mágicas para que você consiga falar em público. Vou apenas relatar algumas observações e experiências pessoais que podem ajudá-lo a desenvolver a sua capacidade de se comunicar.

O primeiro ponto a ser destacado é que, quando pensamos em falar em público, logo nos vem a mente a imagem de um púlpito ou palco, uma tela e um projetor, slides e um microfone.

Porém, a arte de falar em público é muito mais ampla. Em cada conversa, reunião ou telefonema que você faz durante seu dia de trabalho, está exercitando a arte de falar, a arte de se comunicar.

E da mesma forma que em uma apresentação para um grande público, você precisa saber se comunicar.

Para captar o interesse de seu interlocutor, ou de sua platéia, sua mensagem deve ter clareza e objetividade. O exemplo de meu professor mostra como a falta de clareza pode dificultar a comunicação.

Já a falta de objetividade, com certeza você deve ter vivenciado. Sabe aquele seu amigo ou companheiro de trabalho que começa a falar de um assunto e termina em outro? Você o cumprimenta com um “bom dia” e ele começar a explicar todo o seu trajeto desde a casa até a empresa, e entra em detalhes sobre o barulho estranho que o carro fez e ai dispara a contar sobre a viagem que fez à praia, etc.

E você ali, doido para arrumar uma desculpa para sair dali e ir cuidar de sua vida.

Será que sua comunicação tem sido clara e objetiva? Temos muita dificuldade em avaliar a forma como nos comunicamos. E raramente as outras pessoas nos alertam sobre os problemas e erros que cometemos ao falar.

A competência de fazer apresentações para públicos diversos realmente faz a diferença na carreira de profissionais de sucesso. Desde a venda de uma proposta comercial a um grupo de clientes, passando pelas reuniões com funcionários ou participantes de um grupo de trabalho, até as palestras motivacionais que os líderes precisam fazer para suas equipes, um grande profissional precisará exercitar esta capacidade diversas vezes em sua carreira.

E a qualidade destas apresentações pode ser a diferença entre a mediocridade e o sucesso profissional.

Vale a pena fazer um MBA?

A primeira pergunta que deve ser feita é mais abrangente: Estudar mais significa ganhar mais?

Os dados mostram que uma maior quantidade de anos de estudo normalmente propicia uma maior aceitação pelo mercado, além de uma melhor remuneração. O gráfico a seguir, desenvolvido com dados do Censo Demográfico do ano de 2000, responde à nossa pergunta: Vale a pena fazer uma pós-graduação! MUITO!

Salário Médio X Quantidade de Anos de Estudo (Em qtd de Salários Mínimos)

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Se já existe um salto no nível salarial entre os indivíduos que possuem ensino médio e aqueles que possuem curso superior, aquele que possuem uma pós-graduação sobe mais um degrau. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas em 2008 aponta que cada ano de estudo a mais aumenta 15,07% o salário do profissional.

dadosfgv

Fonte: FGV

Outro dado importante que pode ser retirado da pesquisa realizada pela FGV é que quanto maior a escolaridade, maior a chance de ocupação, ou seja, diminui o tempo em busca de um emprego.

E o que é MBA

No Brasil, se tornou comum nos últimos anos uma modalidade de curso denominada MBA, ou, no original em inglês, Master of Business Administration. Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e na Europa, onde são cursos Stricto Sensu, os cursos de MBA brasileiros possuem natureza e nível equivalentes aos programas de Pós-graduação Lato Sensu.

O objetivo do MBA é proporcionar ao formando uma visão global do funcionamento de uma empresa, capacitando-o a dirigi-la, já que, além dos aspectos técnicos de cada área, a liderança também é desenvolvida.

O MBA, por natureza, é um curso com conteúdo generalista, onde o aluno adquire uma visão abrangente, e não especifica do ambiente dos negócios. Assim, seu currículo inclui disciplinas relacionadas à economia, finanças, marketing, administração estratégica, contabilidade gerencial e comportamento organizacional. Neste aspecto, o MBA difere dos outros programas de especialização Lato Sensu, que valoriza uma área especifica do contexto gerencial.

O bom MBA deve ter disciplinas relacionadas a métodos quantitativos, como matemática e tecnologia, especialmente para estudantes não familiarizados com esses assuntos, um bom conjunto de disciplinas eletivas, proporcionar um networking para os alunos, estimulando as atividades em grupo, contar com palestras freqüentes com altos executivos e profissionais de renome no mercado.

Porém, como os MBAs não são fiscalizados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), não há controle oficial sobre a qualidade e o conteúdo de cursos oferecidos com este nome no Brasil.

Ao lado de cursos reconhecidamente excelentes, existem muitos cursos são vendidos como MBA, mas que em nada diferem de um curso de especialização Lato Sensu.

Dois tipos de cursos são oferecidos no país sob o termo MBA. O primeiro deles, chamado normalmente de MBA executivo, segue o padrão da formação generalista original dos MBAs americanos. Normalmente dirigido a quem já está empregado e exerce cargo de chefia, o MBA executivo prepara o aluno para dirigir uma empresa, oferecendo uma visão de todos os aspectos de uma organização.

O segundo tipo de curso são os MBA específicos. Apesar de gerar muita discussão do ponto de vista acadêmico, este é o tipo de curso que mais cresce atualmente.

A discussão ocorre pois o aspecto principal e diferenciador do MBA é exatamente o caráter generalista. Se o curso é específico, trata-se de uma especialização. Apesar de toda a discussão, algumas excelentes instituições oferecem bons MBAs específicos, como os das áreas de finanças, RH e Marketing.

Normalmente mais caro e com mais horas-aula do que os cursos de especialização Lato Sensu, os MBA cresceram de forma tão acelerada nos últimos anos que, em algumas áreas do mercado de trabalho, como a financeira, deixaram de ser um diferencial para quem quer buscar uma boa colocação, passando a quase uma obrigação.

No ano de 2008, fiz uma pesquisa com recrutadores de 242 empresas de São Paulo, capital (123 nacionais, 92 multinacionais e 27 públicas), e que foi publicada em uma coluna do consultor Max Gehringer.

Do total dos recrutadores entrevistados, 66% afirmaram que o fato do candidato ter cursado uma pós-graduação é fundamental para a contratação. Considerando apenas esse grupo de recrutadores, 74,7% preferem o candidato que cursou um MBA e 25,3% não vêem diferença entre o MBA e a especialização.

Outra pergunta feita na pesquisa procurava levantar a importância do nome e do reconhecimento da instituição de ensino. 84,9% dos recrutadores afirmaram que escolhem os candidatos que cursaram instituições reconhecidamente excelentes.

A última pergunta procurou levantar o conhecimento dos recrutadores sobre as diferenças entre os cursos de MBA e especialização. 74,2% dos respondentes consideram que o MBA forma um profissional mais completo, apesar da grande maioria não saber explicar as diferenças entre os cursos.

A pesquisa mostra que, apesar do MEC não diferenciar os cursos de especialização e MBA, o mercado continua a valorizar a sigla. O investimento ainda vale a pena, mas é importante selecionar adequadamente a instituição.

Use seu Tanque Reserva

A primeira vez que ouvi esta expressão, “usar o tanque reserva” confesso que a achei um tanto sem sentido.

Estava em uma reunião com um diretor comercial, que falava para cerca de 500 vendedores e gerentes de venda, no final do mês de outubro. Estávamos nos preparando para os dois últimos meses do ano e nossas metas anuais pareciam inatingíveis.

Era uma destas reuniões motivacionais que ocorrem em um auditório de hotel, nas quais você já chega sabendo tudo o que vai ouvir e se perguntando: o que estou fazendo aqui?

Acabada a reunião, estávamos voltando para a empresa, quando o álcool do carro acabou. Tiramos bastante sarro do motorista, e já estávamos nos preparando para disputar na sorte quem iria até o posto buscar combustível naqueles horríveis sacos plásticos que deixam a mão com cheiro de gasolina.

Quando alguém teve a brilhante idéia de pegar a gasolina do tanque auxiliar de partida. (era um carro flex). Deu algum trabalho, mas conseguimos chegar até o posto.

E ai a imagem de usar o tanque reserva para alcançar as metas fez todo o sentido.

Quando determinamos nossos objetivos, sempre imaginamos que tudo acontecerá da melhor maneira possível. Que todos os nossos sonhos se realizarão com facilidade. Porém, a realidade nem sempre é como sonhamos.

Existe uma anedota bem conhecida que ilustra bem esta diferença entre o plano e o real: dizem que técnico do Botafogo explicava aos jogadores como uma determinada jogada deveria ser feita. Garrincha levanta a mão e pergunta “falando parece fácil, mas o senhor já combinou com o adversário?”.

Nossos planos e objetivos vão, diversas vezes, se chocar com planos e objetivos de outras pessoas. Digamos que o seu objetivo é se tornar diretor de sua empresa nos próximos cinco anos Quantos outros funcionários têm o mesmo objetivo e lutarão com unhas e dentes para realizá-lo.

Por isso, eu sempre digo em minhas palestras que uma carreira bem sucedida se baseia em um tripé formado pela motivação, disciplina e flexibilidade

Motivação, disciplina e flexibilidade são fundamentais para que você consiga manter-se motivado, caso seus planos sejam frustrados ou atrapalhados por situações não esperadas. Neste momento, reavalie seus valores, seus objetivos e seus planos de ação. Use conhecimento do ambiente e o autoconhecimento para acabar com o medo. Enfatize o lado positivo e seja paciente

E o mais importante: use o seu tanque reserva de motivação, empenho, bom humor e força de vontade. Você verá que dá para chegar até o próximo posto de reabastecimento.