quinta-feira, 26 de julho de 2007

Entrevista na revista Cursos Tecnológicos do Almanaque do Estudante


Meus amigos e alunos,

Na Edição especial Cursos Tecnológicos do Almanaque do Estudante, que está nas bancas, foi publicado o artigo O boom dos tecnológicos, sobre a explosão da procura pelos cursos tecnológicos. O texto traz uma pequena entrevista comigo, com uma de minhas ex-alunas do curso de Logística, Juliana Trindade, e com a pró-reitora de ensino da Unicid, Profa. Denise Campos.
O texto destaca a crescente aceitação dos cursos tecnológicos pelo mercado de trabalho, tema que venho pesquisando já há dois anos.
Leia a seguir o texto das entrevistas:
Tecnólogo mestre
A trajetória acadêmica de Fabiano Caxito, atual professor e tutor dos cur­sos tecnológicos da Unicid, teve início com a graduação de curta duração, em 2003. Na época, ele ocupava o cargo de supervisor de marketing em uma grande empresa de bebidas, mas não possuía diploma de curso superior. Cansado de perder boas oportunidades profissionais, Caxito não pensou duas vezes e optou pelo curso tecnológico de Gestão Finan­ceira. Em pouco tempo, o profissional estava à frente da gerência comercial de algumas marcas da empresa nas cidades de São Paulo, Guarulhos e Campinas. Com as competências desenvolvidas no curso, ele alcançou bons resultados.
Caxito só não contava que, após a graduação, cursaria Master of Business Administration (MBA) e mestrado. "Eu me apaixonei pela vida acadêmica e não consigo viver sem as descobertas científicas e o constante questionamento dos alunos", comenta o profissional.
De lá para cá, Caxito detectou mudanças no perfil dos alunos: "Atualmente, as turmas de tecnológicos são formadas por alunos bem mais novos". Ele também pesquisa junto ao departamento de Recursos Hu­manos das empresas para saber como elas enxergam o tecnólogo. "Das 370 empresas consultadas, 48% dos pro­fissionais de RH conhecem a graduação tecnológica, mas 52% ainda confundem com os cursos técnicos. Mas, quando o tecnólogo tem pós-graduação, as chan­ces de contratação sobem para 75%", comenta o professor.
Para a pró-reitora Profa. Denise Campos alguns aspectos sobre os cursos tecnológicos merecem ser desmistificados. Ao contrário do que algumas pessoas imaginam, a curta du­ração não compromete a formação. "O aluno estuda temas específicos de forma profunda. Já no bacharelado, recebe co­nhecimentos gerais ao longo de quatro ou cinco anos", explica Denise Campos. Há também o mito de que o curso tecnológico é voltado para quem já está no mercado de trabalho. "Nós contamos com alunos que atuam na área, mas recebe­mos um número considerável de jovens que acabaram de concluir o Ensino Mé­dio", comenta a pró-reitora, para quem as turmas heterogêneas enriquecem as discussões e o conteúdo das aulas.
Denise Campos revela que, nos últi­mos três anos, 60% dos alunos conse­guiram uma colocação na área antes de concluir o curso tecnológico. "Nos bacha­relados e nas licenciaturas, o percentual de alunos atuantes no mercado antes do término do curso não ultrapassa 30%", conta. Para ela, a graduação tecnológica desenvolve competências, habilidades e conhecimentos para o aluno aplicar diretamente na vida profissional.
Bem-sucedida
Recém-formada em Logística Empre­sarial, a tecnológa Juliana Trindade con­fessa que a curta duração e o enfoque prático pesaram na sua decisão pelo cur­so superior tecnológico. Quando iniciou a graduação, ela atuava na área de vendas de uma empresa do ramo de higiene, e obteve o tão esperado reconhecimento antes mesmo de receber o diploma. "Se eu soubesse que a graduação tecnológi­ca valeria uma promoção, já a teria cur­sado há muito tempo", comenta Juliana, que, hoje, ocupa o cargo de executiva de contas júnior, A jovem destaca o lado prático da graduação, geralmente vivenciado nos cursos de pós-graduação: "O conteúdo inclui visitas técnicas a companhias que ocupam posição de destaque no mercado".
Bem-sucedida na profissão, Juliana Trindade reconhece que há profissionais de recursos humanos que ainda olham para o tecnólogo com um certo precon­ceito. "Isso nunca aconteceu comigo, pelo contrário, a graduação me abriu várias portas. Mas tenho amigos que enfrenta­ram problemas pela falta de conhecimen­to dos profissionais de RH. Muitos não sabem que o curso é tão válido quanto o tradicional", aponta a tecnológa, que planeja ingressar na pós-graduação no início do próximo ano.